Vivei em paz, em harmonia, apesar das diferenças
que aos olhos humanos parecem enormes.
Como as palmeiras imperiais, os jequitibás, os baobás
se sentem ao lado de pequenos arbustos?
Árvores carregadas de frutos, sapotis, mangueiras, coqueiros
sentem tentação de desprezo encontrando árvores
que só têm folhas e espinhos?
Como as árvores recebem ninhos de pássaros
e crianças e jovens balançando-se em seus galhos?
Nas terras frias, quando as folhas todas caem e, não raro,
os galhos se cobrem de neve,
que sentimentos dominam as árvores?
E a primavera dá ideia de ressurreição?
E quando as árvores, feridas pelas secas,
parecem erguer braços desnudos
em prece silenciosa ao Senhor e Pai?
Sentis quando vos tiram as frutas?
O pior são as pedradas?
E quando vos cortam os galhos?
E quando a árvore inteira segue para as carpinteiras e,
depois de trabalharmos, vão ajudar construções de casas,
de pontes, de cadeiras, de leitos?
Medis toda a utilidade e todo o simbolismo das pontes?
Que tal colaborar para a construção de um lar?
Cadeiras e leitos lembram repouso, lembram família: percebeis isto?
Quando um raio fere uma árvore, é verdade que ela prefere
ser ferida a ver o raio cair matando uma pessoa, ferindo uma casa?
Lembra-te, Árvore, que o Filho de Deus, para reconciliar-nos
com nosso Pai, Dele e nosso, carregou uma cruz pesada!
Três vezes caiu debaixo dela e quis morrer pregado na cruz para salvar-nos !
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