É tanta ânsia, amor! Eu fico esperando a tua volta. Se demoras Chego a pensar que tu não vens. A saudade Do vivido e apaixonado ontem Pesa por demais Machuca o coração! Às vezes, quando a tarde chega O ar seu sai de meu peito Eu busco a brisa no jardim Ela se esconde Eu chamo o vento, que não responde! Na verdade É a ti que eu procuro É de ti que eu necessito. Não sei como fazer Pra guardar a brisa Reservar o ar da manhã Ficar em sintonia permanente Com você. Nada pode ficar bem Quando nos falta um bem! O amor é como mar imenso Revolto, azul... É preciso atravessar a areia Ultrapassar as ondas Romper a espuma Para atingir o núcleo central O profundo e tranquilo das águas Do mistério. Eu vou lutando, amor! O sonho de um mundo livre Não me deixa sossegar A causa do oprimido É desafiante e atraente para mim. A paz é uma bandeira Que levo pelas noites... O impossível me fascina! VOCÊ!
Zé Vicente (1990), do livro: "Tempos urgentes - poemas", Paulinas Editora.