Fundo
Sexta-feira, 29 de Março de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida
Mensagem do dia 21 de outubro
Parece demais, mas é realidade
Parece demais, mas é realidade
Pixabay

No curso de formação e experiência cristã, que vem se desenvolvendo na Comunidade Paroquial, um dos encontros tratava de clarear referenciais que ajudam a pessoa a entender-se com a vida. Na realidade, trazendo às claras um pouco do que somos, ficamos espantados, surpreendidos e continuamos curiosos a nosso respeito. No final da aula, uma jovem participante avaliou os conteúdos estudados e disse: “Parece demais, mas é realidade!”. O que foi dito para se chegar a esta conclusão? Vou citar alguns elementos expostos, pois como pessoas temos características inigualáveis:

Somos únicos e irrepetíveis! Cada um, ou cada uma de nós pode dizer com segurança e sinceridade: “Como eu não houve ninguém. Eu sou único(a) e irrepetível na história da humanidade e no todo do universo”. Nem os gêmeos univitelinos, por mais parecidos que sejam, não são iguais. Quem os tem em família sabe disso. Parece incrível que a criatividade de Deus seja assim! Por sermos únicos, portadores de dons especiais e também defeitos diferenciados, somos também responsáveis e não podemos viver sempre de carona. O volante de nossa liberdade nos chama permanentemente à nossa responsabilidade.

Somos insubstituíveis! As coisas são substituíveis. Se algo não serve mais, faz-se necessário substituir por algo melhor. Em nossos tempos, bem sabemos como a evolução técnica joga com o descartável. O que parece ser a melhor máquina de hoje, amanhã já está desatualizada e pedindo substituição devido ao jogo da eficiência e às vezes, empurrados pelo capitalismo selvagem.

A pessoa humana, ao invés, justamente por ser única e irrepetível, também se torna insubstituível, não intercambiável. Às vezes, motivados pelo jogo da omissão e da acomodação, facilmente dizemos: “Ninguém é insubstituível”. Na verdade torna-se uma bela fórmula de desvalorização da pessoa “como si própria e como parte” da comunidade.

A cultura do descartável que se desencadeia na sociedade de consumo, não para apenas na rápida substituição de máquinas e objetos, mas ronda também no uso das pessoas, como se fossem coisas intercambiáveis, como simples corpo. Este tipo de cultura vai aumentando a massa sobrante da multidão dos solitários do mundo.

Somos intransferíveis! Posso transferir-me geograficamente. Posso transferir o meu título eleitoral e até passar procuração a alguém confiável, para fazer algum negócio importante em meu nome. Porém, jamais poderei pensar em transferir a responsabilidade do meu viver e do meu destino para quem quer que seja. Cada um de nós é o que é diante de Deus.

Isto tudo o que foi dito deve-se à grandeza da pessoa que vale mais do que todo o universo, por ser o máximo valor encontrado na terra. A estima, o respeito e o amor devotado aos humanos são um ato moralmente tão nobre que pode ser superado somente pelo amor para com Deus. Parece demais, mas é realidade!

Frei Luiz Turra, ‘No Coração da Vida’, Programas Radiofônicos Vol. 03.