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Terça-feira, 01 de Abril de 2025
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Santo do dia 27 de março
Bem-aventurado Francisco Faà de Bruno
Fundou a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Sufrágio (1825-1888)
Bem-aventurado Francisco Faà de Bruno
Rebeca Venturini / FC

Entre os santos sociais italianos, despontados na região da cidade de Turim, Francisco Faà de Bruno é um dos mais complexos. A maioria deles ingressou na vida religiosa para se formar já na condição de sacerdote diocesano. Ele ingressou “tarde” na ordenação sacerdotal, tendo exercido o seu apostolado de laico nos campos fundamentais.

Francisco nasceu na cidade italiana de Alexandria, em 29 de março de 1825, o mais novo dos 12 filhos de uma nobre família muito cristã. Aos 16 anos, ingressou na Real Academia Militar, com o objetivo de seguir uma carreira no exército. Porém, por ser um cristão convicto, entrou em conflito pessoal com a irreligiosidade de alguns elementos do mundo político-militar. Por isso, 12 anos depois, trocou a carreira pelo estudo acadêmico das Ciências Exatas, viajou a Paris e, na universidade de Sorbone, obteve o título de doutor com louvor.

Retornando à sua cidade, foi trabalhar como professor de Matemática. Em 1871, Faà de Bruno era um conceituado professor da universidade de Turim, sendo o titular da cadeira. Seus trabalhos matemáticos o tornaram famoso em todo o mundo, sendo publicados e traduzidos em vários países. Entretanto, simultaneamente à sua atividade intelectual, Faà de Bruno sempre se manteve em contato com as comunidades religiosas, atuando junto a elas. Era amigo pessoal do padre João Bosco, que, em Turim, trabalhava para ajudar os meninos que chegavam à procura de um emprego urbano. Dom Bosco oferecia aos jovens instrução profissionalizante e religiosa, alojamento e recreação.

Faà de Bruno percebeu que deveria atuar na outra ponta, auxiliando as meninas, que ficavam expostas às armadilhas urbanas enquanto buscavam a sobrevivência e um emprego. Criou para elas, com um grupo de senhoras, a Obra de Santa Zita, que mantinha as jovens sob sua guarda no Conservatório do Sufrágio, uma casa similar às fundadas por Dom Bosco para os meninos. Não satisfeito, fundou a Tipografia do Sufrágio, que funcionava como escola tipográfica para as jovens. Ali, imprimia a “Revista de Matemática”, cujas vendas eram revertidas para a obra.

Em 1867, no pequeno povoado de São Donato, iniciou-se a construção da Igreja de Nossa Senhora do Sufrágio, cujo projeto foi feito por ele. Nove anos depois, ele escolheu essa igreja para celebrar a sua primeira missa. Isso mesmo, Faà de Bruno, professor, seguindo o conselho de Dom Bosco, desejou ser padre aos 50 anos de idade, o que se concretizou em dez meses, por intervenção direta do papa Pio IX. Depois, para dar estabilidade à Obra de Santa Zita, o padre fundou, em 1881, a Ordem Religiosa das Irmãs Mínimas de Nossa Senhora do Sufrágio.

Padre Francisco Faà de Bruno morreu serenamente em 27 de março de 1888. Exatamente um século depois, o papa João Paulo II o beatificou, para ser reverenciado no dia de sua morte. As suas relíquias estão guardadas na igreja que ele projetou, em Turim, na Itália. As irmãs continuaram a sua obra e hoje estão presentes na Europa e na América Latina.

Texto: Paulinas Internet