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Sábado, 20 de Abril de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida
Santo do dia 19 de janeiro
Santos Mário, Marta, Audíface e Ábaco
Mártires (+270)
Santos Mário, Marta, Audíface e Ábaco
Rebeca Venturini/FC

Dificilmente alguém associaria um nome tão corrente quanto o de Mário à memória desse pai de família. Tratava-se de um nobre persa conduzido a Roma para visitar o sepulcro do apóstolo Pedro. Assim que chegou, vendo-se em meio a uma sangrenta perseguição (a do imperador Cláudio), consagrou-se, juntamente com a esposa, Marta, e os filhos, Audíface e Ábaco, à piedosa tarefa de sepultar os cristãos martirizados.

As vicissitudes dessa intrépida família – que, por fim, também pagou com a palma do martírio esse gesto de caridade – não sensibilizaram os revisores do calendário litúrgico, que, em 1960, suprimiram-lhe o culto. Não, porém, a devoção e muito menos o indelével nome de Mário. De qualquer modo, os que trazem esse nome preferem associá-lo ao de Maria, cuja festividade se comemora a 12 de setembro.

Assim, toda a família de Mário foi detida com base na simples acusação de ser cristã. E, embora não sendo – segundo parece – cidadãos romanos, três deles tiveram o privilégio (se assim se pode dizer) de ser decapitados. Marta, por outro lado, foi lançada ao Tibre, morrendo afogada. Encarregaram-se os demais irmãos cristãos de recompor seus restos mortais e sepultá-los no cemitério romano chamado Ad Nymphas.

Enquanto seus nomes e a data do sepultamento são dados como certos, a Passio [Paixão] (que relata seu martírio) remonta ao século VI, revelando notáveis analogias com a Passio [Paixão] de são Valentim – mártir venerado na via Flamínia. Nela se lê que os quatro cristãos, levados à presença do prefeito Flaviano, foram incitados em vão a oferecer sacrifício aos deuses.

Era o que exigia o imperador Décio: quando se suspeitava que alguém era cristão, impunha-se-lhe um ato de adesão ao culto dos gentios, adorando a estátua do imperador ou queimando incenso diante de um ídolo. A recusa implicava a pena de morte.

Do livro: 'Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente', Paulinas.