Santo do dia 15 de março
São Clemente Maria Hofbauer
Eremita e sacerdote redentorista (1751-1820)

Batizado com o nome de João, nasceu em um pequeno povoado da Morávia, na República Tcheca, em 26 de dezembro de 1751. De família muito cristã e pobre, não pôde dedicar-se aos estudos até a adolescência. Seus pais, Paulo Hofbauer e Maria Steer, tiveram 12 filhos, e ele tinha apenas 7 anos quando se tornou órfão de pai. Consta em suas anotações que, nesse dia, sua mãe lhe mostrou um crucifixo e lhe disse: “A partir de hoje, este é o teu Pai”. João entendeu bem a orientação, decidindo, então, tornar-se padre e missionário.
Mas as condições em que vivia a família dificultaram a realização de seu sonho. Aos 15 anos de idade, foi morar na cidade de Znaim, onde aprendeu o ofício de padeiro. Três anos depois, conseguiu o emprego que mudou sua vida: padeiro do convento em Bruk, dos premonstratenses. A vocação do jovem foi notada pelo abade, que o deixou estudar, inclusive Latim. Quando seu benfeitor morreu, João foi viver como eremita, primeiro na Áustria e depois, com a permissão do bispo de Tívoli, próximo à capela de Quintilio, onde mudou seu nome para Clemente Maria, recebendo o hábito do bispo, que mais tarde se tornaria o papa Pio VII. Certa vez, em outra viagem a Roma, entrou por acaso numa igreja de redentoristas. Foi o primeiro contato que teve com essa Ordem. Depois de assistir à missa, pediu uma entrevista com o superior e, impressionado com as regras e a atuação da Congregação, pediu para ingressar nela e foi admitido.
Um ano depois, tornou-se sacerdote redentorista. Seu sonho estava realizado, mas seu trabalho, apenas começando. Fixou residência em Varsóvia, onde fundou casas e recebeu dezenas de noviços. Reformou a Igreja de São Benon, que estava caindo aos pedaços, e a pequena casa da igreja tornou-se um grande e espaçoso convento. Durante 20 anos, padre Clemente atuou nessa paróquia, convertendo pagãos e atraindo multidões. Tanto que, para atender aos fiéis, eram necessários 25 padres, celebrando diariamente duas missas em alemão e duas em polonês. Com a expansão do trabalho, pôde fundar mais três conventos e ativar as paróquias em volta da sua. Como capelão do convento e da Igreja das Ursulinas, teve uma influência extraordinária na cidade inteira e até além de seu território. Fundou também um asilo para abrigar as crianças vítimas das sucessivas guerras da região, uma escola para crianças pobres e outra, de ensino superior, para meninos. Ele continuou essas atividades até 1808, quando Napoleão Bonaparte fechou a igreja e dispersou a comunidade. Enfrentou com serenidade, com outros redentoristas, a perseguição na Polônia, o fechamento da casa da Ordem e até a prisão.
Clemente não desistiu. Foi realizar missões na Alemanha, na Suíça e na Áustria, onde fez o clero retomar conceitos cristãos esquecidos. Principalmente, aconselhou e encorajou alguns líderes do novo movimento romântico e outros que trabalhavam para a Renovação Católica nos países de idioma alemão. Sua intensa atividade chamou atenção da polícia, mas só a morte poderia impedi-lo de atuar. Quando faleceu, em Viena, no dia 15 de março de 1820, a população consternada assumiu o luto como se um parente houvesse falecido.
Foi beatificado em 1888 e canonizado, pelo Papa Pio X, em 1909. Cinco anos depois, o mesmo pontífice o proclamou padroeiro de Viena e, também, dos padeiros, como uma singela lembrança da profissão exercida na sua adolescência. É venerado como o principal propagador da Congregação Redentorista fora da Itália.
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