Irmão Klaus – segundo costuma ser chamado na Suíça – é o santo mais popular da Confederação Helvética, que dele fez seu padroeiro. À maneira do legendário Guilherme Tell, também ele recebeu o título de pai da pátria, por ter acorrido em socorro da pátria diante da ameaça austríaca, e, em 1481, quando havia o risco de eclodir a guerra civil.
Nascido em Flüeli, perto de Sachseln, no cantão de Obwalden, desde jovem ambicionara viver na solidão de uma ermida. Mas o destino reservou-lhe uma numerosa família (cinco homens e cinco mulheres), advindos do casamento com Dorotéia Wyss. Uma saudável família, sob todos os aspectos... Um dos filhos tornou-se vigário de Sachseln; um neto seguiu o avô nas árduas vias da santidade.
Após ter encaminhado condignamente na vida a numerosa prole, graças aos honrosos cargos que exerceu – foi conselheiro, juiz do cantão e deputado, além de militar, profissão cujo exercício não é nada fácil para um homem santo -, manifestou à esposa o desejo de retirar-se para viver no isolamento.
Esperava, assim, concretizar seu sonho da juventude, depois de ter entrado em contato com o movimento de religiosos alsacianos denominado “amigos de Deus”. Não foi fácil persuadir a esposa, que só lhe permitiu partir quando ele completou 50 anos de idade.
“Ó meu Senhor”, costumava rezar, “dá-me tudo aquilo que de ti me aproxima”. Deu-se conta de que não era a total solidão na charneca alsaciana que o aproximaria de Deus, mas sim o serviço prestado ao próximo. Retornou à sua terra, nas redondezas de Klisterli-Alp, no Melchtal, depois no Ranft, não muito distante de seu país originário, e se entregou a severas penitências.
O jejum total (durante dezenove anos se alimentou exclusivamente da Eucaristia) é confirmado pelo testemunho dos vizinhos que, levados pela curiosidade, observaram-no por muito tempo. Então, convencidos de que viviam ao lado de um homem de excepcional virtude, edificaram-lhe uma ermida e uma capela. Foi canonizado por Pio XII em 1947.