Savino é um dos mártires mais célebres da Itália central. Muitas igrejas se vangloriam de guardar sua relíquias, entre as quais Ivrea e Ravena, Fermo e Pescara, Sena e Roma. Segundo são Pedro Damião, esta honra caberia apenas a Ímola.
Segundo a 'Passio sancti Sabini', o santo teria nascido em Sulmona. Daí teria fugido ainda jovem para se tornar eremita na Silva Liba, isto é, em Fusignano. Certo dia, apareceu-lhe um anjo e o convidou a dirigir-se a Assis para pregar o Evangelho.
O povo da cidade umbra, admirado de tanto zelo e sabedoria, aclamou-o bispo. Quando explodiu a cruel perseguição de Maximino, o bispo de Assis foi preso e processado junto com os diáconos Exuperâncio, Marcelo, Venusiano e outros companheiros (que o calendário comemora neste dia junto com o bispo Savino).
A Paixão estende-se nos pormenores relativos ao processo e à condenação. Quando o magistrado Venusiano ordenou aos cristãos de Assis que sacrificassem aos deuses, como única resposta Savino derrubou por terra e fez em pedaços a estátua de Júpiter. O gesto custou-lhe caro.
O magistrado fez-lhe cortar as mãos e o mandou para o cárcere. Serena, uma piedosa matrona, cuidou dele e o bispo a recompensou curando-lhe uma netinha cega. Venusiano, que lhe havia feito cortar as mãos, sofria ele próprio de uma grave doença nos olhos e, sabendo do milagre operado por Savino, dirigiu-se à prisão para fazer-lhe visita.
Pediu-lhe perdão por tê-lo assim mutilado e, dispondo-se à conversão, pediu-lhe que o instruísse na religião cristã. Venusiano foi batizado e compartilhou com Savino o martírio. Ele próprio fora curado miraculosamente da doença dos olhos no momento do batismo e, o que mais conta, o bispo havia-lhe iluminado a mente, tirando-a das trevas do erro.
Transferido para Espolcto, o bispo Savino foi diversas vezes flagelado e por fim decapitado. Deste evento existe um seguro testemunho na basílica sepulcral a ele dedicada, próximo a Espoleto.