Desde o início dos tempos, o mar tem sido o elemento da natureza que mais influenciou no desenvolvimento, na sobrevivência e no poder dos povos e das nações. No final da Idade Média e durante a Idade Moderna, o progresso do comércio marítimo e as riquezas das cidades italianas desencadearam o interesse para o estabelecimento de direitos e conceitos sobre a posse dos mares.
Em dezembro de 1982, na Jamaica, houve a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar. O Brasil assinou o documento nessa época, com 118 países. Em 1988, assinou sua ratificação. Assim, a Convenção de caráter internacional entrou em vigor em novembro de 1994 e definiu os conceitos não só dos espaços marítimos, mas também do espaço aéreo, do leito e do subsolo do mar e do meio ambiente. Foi reafirmado o princípio da liberdade de navegação para os navios de todos os países, incluindo aqueles que não possuem litoral. Assim, o entendimento foi obtido em razão da necessidade de preservar a liberdade do alto-mar ao tráfego e de possibilitar a ampliação do comércio internacional.
Os países que possuem litoral identificam as riquezas do seu mar, e esses interesses fortalecem a economia e solidificam a política marítima de cada nação. O Brasil possui amplos interesses marítimos, que também são históricos.
A Marinha Mercante brasileira é responsável pelo transporte das riquezas que o Brasil exporta e importa. Nas décadas de 1970 e 1980, a indústria naval brasileira estava a pleno vapor. Ocupava o segundo lugar entre os maiores construtores mundiais de navios, perdendo apenas para o Japão. Nessa época, o Brasil tinha grandes armadores, como o extinto Lloyd Brasileiro, que transportava mercadorias brasileiras para todas as partes do mundo.
A década de 1990 assistiu à pior fase da Marinha Mercante: a frota nacional se reduziu drasticamente, grandes companhias brasileiras faliram, estaleiros fecharam, e as fabricações no Brasil pararam, enfim, perdeu-se toda a tecnologia conseguida ao longo dos anos.
Neste século XXI, começou uma nova fase da Marinha Mercante nacional, revigorada pela expansão dos campos de exploração de petróleo, fato que demanda a construção de novas e mais modernas embarcações de apoio marítimo e dos mais variados tipos, tendo como consequência a geração de milhares de empregos e o desenvolvimento da nação.