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Quinta-feira, 24 de Abril de 2025
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Data comemorativa do dia 03 de maio
Dia do Sertanejo
Dia do Sertanejo
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Depois do período extrativista, o Brasil passou a ser um país essencialmente agrário. Essa situação, porém, inverteu-se, principalmente depois do ciclo do café, quando as indústrias começaram a se instalar no Sudeste, formando regiões metropolitanas. Então, o êxodo rural se intensificou, e a figura do sertanejo, ou caipira, ganhou traços caricaturais.

Para o habitante da cidade, a pessoa que vive no sertão é, geralmente, rude, inculta e avessa à vida moderna. Essa imagem tomou força com o sertanejo Jeca Tatu, apresentado no conto “Urupês”, publicado no livro homônimo de Monteiro Lobato. O Jeca Tatu é o caboclo do vale do Paraíba, de barba rala, que vive descalço, com os pés cheios de bichos; fuma cigarros de palha e usa chapéu também de palha; não tem ânimo para trabalhar, “é o sombrio urupê de pau podre a modorrar silencioso no recesso das grotas [...], funesto parasita da terra [...], inadaptável à civilização”.

Essa figura do sertanejo gerou obras no cinema e na literatura, e sua caricatura passou a ser utilizada em anedotas e em histórias infantis, como o personagem Chico Bento, criado pelo quadrinista Mauricio de Sousa.

Há alguns anos, porém, esse estereótipo tem sofrido uma inversão de valores. Se antes o sertanejo era exatamente a figura descrita por Monteiro Lobato, atualmente ele tem sido valorizado. Pode-se observar esse fenômeno no sucesso conquistado por cantores de música sertaneja, que cantam as belezas da zona rural e da vida na fazenda (embora os mais modernos tenham deixado de lado os temas da vida na roça, para se dedicar às baladas de amor).

A influência do sertão também pode ser observada no vestuário e nos costumes da juventude. A recente moda country, importada dos Estados Unidos e adaptada à realidade brasileira, é sensação entre os jovens que frequentam, em massa, as danceterias especializadas.

Estimuladas por essa moda, ganharam terreno as festas de rodeio, em que cavaleiros medem suas habilidades de domínio sobre cavalos ou bois bravos. Antes restritas às comunidades rurais, as festas de rodeio se modernizaram e atraíram o público da cidade. Atualmente, a Festa do Peão Boiadeiro de Barretos, em São Paulo, é o maior evento do tipo na América Latina e um dos maiores no mundo.

Retirado do livro: "Datas Comemorativas cívicas e históricas", Paulinas Editora.