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Quarta-feira, 07 de Maio de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 19/07/2020

16º Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: Sb 12,13.16-19 Salmo: Sl 86(85) - O Senhor fez os céus. 2ª Leitura: Rm 8,26-27 Evangelho Opcional: Mt 13,24-43
evangelho
Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? - Mt 13,24-30

Jesus apresentou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como alguém que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi embora. Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. Os servos foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os servos perguntaram ao dono: ‘Queres que vamos retirar o joio?’ ‘Não!’, disse ele. ‘Pode acontecer que, ao retirar o joio, ar ranqueis também o trigo. Deixai crescer um e outro até a colheita. No momento da colheita, direi aos que cortam o trigo: retirai primeiro o joio e amarrai-o em feixes para ser queimado! O trigo, porém, guardai-o no meu celeiro!’”. Jesus apresentou-lhes outra parábola ainda: “O Reino dos Céus é como um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior que as outras hortaliças e torna-se um arbusto, a tal ponto que os pássaros do céu vêm fazer ninhos em seus ramos”. E contou-lhes mais uma parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até que tudo ficasse fermentado”. Jesus falava tudo isso em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar de parábolas, para se cumprir o que foi dito pelo profeta: “Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”. Então Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” Ele respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os que cortam o trigo são os anjos. Como o joio é retirado e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: o Filho do Homem enviará seus anjos e eles retirarão do seu Reino toda causa de pecado e os que praticam o mal; depois, serão jogados na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

A Palavra deste 16º domingo do Tempo Comum nos revela a paciência de Deus para conosco. Jesus afirma que o Reino de Deus já está presente entre nós, caminhando para sua realização plena e definitiva, independente das adversidades e condições históricas.
Todo aquele que acolhe a sua mensagem terá vida plena e, no fim dos tempos, brilhará como o sol no Reino de Deus. Acolhamos a sua Palavra para o nosso dia e deixemo-nos conduzir por seus ensinamentos, para que tenhamos a vida em sua Palavra.

Façamos o Sinal da Cruz com o sentimento de sintonizar com a proposta de Jesus: “Em nome do pai, do Filho e do Espírito santo”. Amém.
“Espírito Divino, luz de Deus, vinde nos iluminar para que possamos compreender o sentido profundo da Palavra de Deus. Fazei-nos discípulos missionários de Jesus, Caminho, Verdade e Vida, transformando nosso coração em terra boa, onde a Palavra produza frutos abundantes. Amém.”

Leitura (Verdade)

O que diz o texto? Faça uma leitura atenta e identifique os sete elementos colocados na parábola: o semeador, o campo, a boa semente, o inimigo, o joio, os ceifadores e a colheita. Qual interpretação Jesus dá a cada um desses elementos?

“O mal sempre nos questiona e assusta. Ele parece estar presente em toda parte e aumentar cada vez mais. Se Deus é infinitamente bom e todo-poderoso, como explicar o mal? Ele nos criou com inteligência e vontade livre. O mal vem do mau uso da liberdade. E, diante do mal, seguimos o mesmo raciocínio dos servos: extirpar o joio. Não é este o jeito de Deus. Ele tem misericórdias infinitas e aposta na mudança. Em botânica, o que nasce joio permanecerá sempre joio. No Reino da graça, o joio pode mudar para trigo. Além do mais, nossos julgamentos são sempre limitados e corremos o risco de confundir o trigo com o joio, e vice-versa. Chegará o dia da colheita, quando a verdadeira identidade de cada um será conhecida.” (Viver a Palavra – 2020. Frei Aldo Colombo - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim hoje? Qual apelo o Senhor me faz por meio desta parábola? De que forma acolho a Palavra em minha vida? Quais limites me impedem de acolher e viver os ensinamentos de Jesus?
“A comunidade evangelizadora mantém-se atenta aos frutos, porque o Senhor a quer fecunda. Cuida do trigo e não perde a paz por causa do joio. O semeador, quando vê surgir o joio no meio do trigo, não tem reações lastimosas ou alarmistas. Encontra o modo para fazer com que a Palavra se encarne numa situação concreta e dê frutos de vida nova, apesar de serem aparentemente imperfeitos ou defeituosos. O discípulo sabe oferecer a vida inteira e jogá-la até ao martírio como testemunho de Jesus Cristo, mas o seu sonho não é estar cheio de inimigos, mas antes que a Palavra seja acolhida e manifeste a sua força libertadora e renovadora” (Evangelii Gaudium, 24)

Oração (Vida)

Agradeça tudo que a Palavra lhe permitiu compreender e vivenciar do mistério de Cristo. Apresente ainda ao Senhor a oração que brotou em seu coração durante a leitura orante.
Conclua com a oração ao Espírito Santo, do papa Paulo VI: “Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande, aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora; fechado a todas as ambições mesquinhas, alheio a qualquer desprezível competição humana, compenetrado do sentido da Santa Igreja! Um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao Coração do Senhor Jesus. Um coração grande e forte, para amar a todos, para servir a todos, para sofrer por todos. Um coração grande e forte, para superar todas as provações, todo tédio, todo cansaço, toda ofensa, toda desilusão. Um coração grande e forte e constante até o sacrifício, quando for necessário. Um coração cuja felicidade é palpitar com o coração de Cristo e cumprir humilde e fielmente a vontade do Pai. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

Como você pretende viver concretamente, durante o dia, os apelos que o Senhor lhe fez?

Bênção

O Senhor Jesus Cristo esteja ao meu lado para me sustentar,
Dentro de mim para me encorajar,
Diante de mim para me orientar,
Atrás de mim para me proteger,
Acima de mim para me abençoar.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.
Que a bênção de Deus Pai de amor e bondade desça sobre mim e sobre toda a humanidade, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Ir. Carmen Maria Pulga

Para brilhar, o justo deve ser “humano”, lemos no Livro da Sabedoria. É humano aquele que ama o seu próximo, que também é humano. No Evangelho de hoje, o proprietário do campo e seus funcionários têm força e poder para arrancar a erva daninha, mas não o fazem. Poderão arrancá-la a qualquer momento, mas pacientam, dão tempo ao tempo, pois o tempo não poupa o que se faz sem ele. Assim também aos agentes do poder demoníaco se concede tempo para uma verdadeira conversão, até que o tempo se esgote. A concessão, porém, não é inerte, pois o “Espírito vem em socorro da nossa fraqueza” e nos desperta. O joio foi semeado enquanto dormiam. O Espírito nos desperta e nos torna vigilantes. Não protegemos o trigo isolando-o. Estamos, porém, atentos para que a proximidade do joio não o corrompa. O fermento não vai sozinho à massa, mas conta com nossas mãos que sabem que o Reino cresce como a semente de mostarda. Jesus fala em parábolas, pequenas histórias que ajudam a perceber o que é o Reino dos Céus, das quais você tira conclusões. Muitas vezes a parábola contém uma crítica que o bom entendedor entende. Ele sabe que o que está sendo dito é para ele ou para o seu grupo de pensamento e comportamento. A parábola contém um chapéu que cabe na cabeça de alguém. Ao bom entendedor, meia palavra basta. Em que cabeça entra o chapéu? A crítica está feita e se refere aos agentes do diabo, que favorecem os escândalos e a desintegração da sociedade. No fim dos tempos, estes serão punidos, enquanto os justos brilharão como o sol no Reino do Pai. Mas, para brilhar, o justo deve ser humano.
O capítulo treze de São Mateus é o capítulo das parábolas. Elas nos dizem com que podemos comparar o Reino dos Céus. Não é uma forma didática de se dizer as coisas com mais clareza, pois Jesus falava em parábolas para os de fora e explicava tudo em particular para os seus discípulos. Na realidade, a parábola é polêmica e precisa de explicação, porque sua crítica tem destinatários e não atinge a todos.

Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2020’, Paulinas.