Fundo
Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida
Santo do dia 26 de agosto
Bem-aventurada Maria de Jesus Crucificado
Carmelita (1846-1878)
Bem-aventurada Maria de Jesus Crucificado
Rebeca Venturini/FC

Gostava de definir-se como um pintinho amedrontado, com a cabecinha ferida pelo bico do gavião, do qual tinha conseguido escapar, refugiando-se sob as asas protetoras da galinha. Com essa metáfora está resumida a breve história de sua vida de seu drama familiar. Nasceu em Abelin, na Galiléia, de pais árabes, que a deixaram órfã quando tinha apenas três anos. Foi acolhida na casa de um tio de religião islâmica, em Alexandria, no Egito. A menina conseguiu manter a fé do batismo mesmo quando o tio pretendeu que ela abraçasse a religião de Maomé e se casasse com um jovem mulçumano. À obstinada recusa do duplo convite (aos 12 anos fizera voto de virgindade), o tio não hesitou em brandir o cutelo e cortar-lhe a garganta. Recolhida agonizante pelos vizinhos, Mariam Bauardy curou-se milagrosamente.

Cicatrizada a ferida, permaneceu na família de seus salvadores na qualidade de doméstica e passou por alternadas experiências, primeiro no Líbano, depois na França. Neste país, aos 21 anos, Mariam teve a permissão de ingressar no Carmelo de Pau. Teve assim início sua intensa vida, constelada de extraordinárias experiências místicas, incluindo-se os estigmas e a bilocação. Teve não só o dom da profecia, mas também a humilhação da possessão diabólica. Fato excepcional foi o do diabo, que perdeu a coragem e fugiu espontaneamente de seu corpo: irmã Maria de Jesus nutria uma grande devoção ao Espírito Santo, o mais eficaz antídoto contra a vexação diabólica. Dominada pela santificante presença do Espírito Santo, superou com extrema serenidade todas as provas, humilde e jovial guardiã do “segredo do Rei”, que a encheu de dons excepcionais. Foi enviada para fundar um Carmelo, primeiramente na Índia e depois em Belém, na Palestina, onde encontrou a morte num acidente de trabalho. Foi beatificada em 1983.

Retirado do livro: 'Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente', Paulinas Editora.