Ambrósio Sansedoni nasceu no majestoso palácio de sua nobre família, no ano 1220, na cidade de Sena, na Itália. Segundo a tradição, nasceu disforme, com algumas imperfeições nas pernas e nos braços, e por esse motivo foi confiado a uma ama de leite, que o mantinha fora do palácio, pois a família se envergonhava de sua condição. Mas essa senhora, muito cristã e piedosa, cuidou dele com carinho e afeição. Todos os dias, ela o levava nos braços, cobrindo o seu rosto, à igreja, onde rezava com fervor para que o menino fosse curado.

Certa vez, um peregrino disse à ama de leite: “Mulher, não escondas o rosto desta criança, porque será a luz e a glória desta cidade”. Não passou muito tempo, e Ambrósio foi curado milagrosamente. Tinha pouco mais de 3 anos quando retornou ao palácio e ao seio da família. Depois, aos 17 anos, abandonou tudo para ingressar na Ordem dos Padres Predicadores Dominicanos.

Completou o noviciado e os primeiros anos de estudos em Sena, depois fez o aperfeiçoamento, em 1245, na diocese de Paris, de onde seguiu para a diocese de Colônia, na Alemanha. Teve como professor Alberto Magno, posteriormente canonizado, e como companheiros Pedro de Tarantasia, que mais tarde foi eleito papa Inocêncio V, e Tomás de Aquino, que a Igreja homenageia com o título de doutor.

Ambrósio foi chamado para lecionar em Paris e, a partir de então, tornou-se conhecido, principalmente pela eficácia de sua pregação na igreja e na praça. Alguns pintores o representaram com o Espírito Santo, em forma de pomba branca, falando-lhe ao ouvido.

Seus dons excepcionais de convencimento e conciliação marcaram a história da Igreja e da humanidade. Foi enviado à Alemanha como mediador da paz entre várias famílias em conflito. Depois, regressou a Sena e alcançou do papa Gregório X a supressão de um interdito que havia recaído sobre sua cidade. Depois disso, esse mesmo pontífice lhe confiou outras missões de paz pela Itália, pela Hungria, pela França e novamente pela Alemanha.

Acusado de impostor e de ambicioso por um poderoso senhor, Ambrósio respondeu-lhe: “Deus se chama Rei da Paz. É por isso que cada um deve desejar a paz com o próximo. Deus não a concede senão aos que a concedem de bom coração aos outros. O que eu faço não é por mim mesmo, mas pela vontade daquele que tem poder sobre mim. Agora, pois, se é por minha causa, se é que vos perturbo, peço-vos perdão”.

No ano 1270, foi chamado a Roma pelo papa para ajudar na restauração dos estudos eclesiásticos. Morreu vítima do seu zelo, no dia 20 de março de 1286, em Sena, durante um sermão. Falou com tanta veemência contra os usurários que se romperam várias veias em seu peito, e isso lhe causou morte instantânea. O papa Clemente VIII, em 1597, incluiu no Calendário da Igreja o Beato Ambrósio Sansedoni, de Sena, para ser venerado no dia de sua morte.