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Sábado, 04 de Maio de 2024
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Santo do dia 09 de março
Santa Catarina (Vegri) da Bolonha
Abadessa clarissa (1413-1463)
Santa Catarina (Vegri) da Bolonha
Rebeca Venturini / FC

Catarina Vegri nasceu no dia 8 de setembro de 1413, na cidade de Bolonha, Itália. Seu pai era o estimado juiz João de Vegri, que trabalhava para a corte local e, bem situado socialmente, dispunha de razoável conforto para a família. Quando a menina completou 9 anos de idade, a família se transferiu para Ferrara, porque seu pai tinha sido convocado pelo duque Nicolau III, que estava construindo seu ducado, composto pelas cidades de Ferrara, Modena e Reggio. Ela foi, então, nomeada dama de companhia de Margarida, filha de Nicolau.

Catarina vivia na florescente corte, cercada pela nata de artistas e intelectuais. Aprendia música, pintura, dança e as tradicionais matérias acadêmicas, com os nomes mais renomados da época, mas demonstrava vontade de se tornar religiosa, o que fez quando toda essa opulência terminou, com a morte prematura de seu pai. Catarina tinha então 13 anos e teve de voltar para Bolonha, com sua mãe, Benvinda Manolini, que se casara outra vez.

Após um ano de luto, ela ingressou na Ordem Terceira de São Francisco, em Bolonha, onde permaneceu por cinco anos, vividos sob intensos conflitos interiores e angústias pessoais. Amadurecendo a ideia de se tornar uma clarissa, em 1432 retornou para Ferrara, para ingressar na Ordem de Santa Clara, onde trabalhou incessantemente, fiel às regras e fazendo todos os tipos de serviço. Lavou pratos, cuidou da horta, da portaria, ensinou catecismo, escreveu novas orações e compôs novos cantos, até finalmente ser eleita abadessa, para administrar o convento que se tornou famoso e muito procurado. Tudo indicava que era necessário fundar mais um, e Catarina, como abadessa, o construiu em Bolonha, inaugurando-o em 1456. Nele ela viu ingressar sua mãe, que de novo se encontrava viúva.

Contam os registros e a tradição que Catarina possuía vários dons especiais, enriquecidos pelo trabalho árduo e pelo sofrimento pessoal, que se traduziram por meio de visões contemplativas e fatos prodigiosos, inclusive por graças que operou em vida. De suas contemplações, a mais conhecida foi a primeira, que lhe possibilitou presenciar o juízo final e que a marcou por toda a vida. Outra bastante divulgada foi a que ocorreu na noite de Natal de 1456. Catarina ficou orando a noite toda e, no fim da madrugada, lhe apareceu Nossa Senhora com o Menino Jesus no colo, que depois passou para os seus braços.

Quanto aos prodígios, um foi presenciado por todo o convento. Certo dia, uma noviça feriu-se trabalhando na horta, decepando um dedo do próprio pé com a pá que manuseava. Então, Catarina apanhou o dedo amputado, colocou no lugar, rezou com a noviça e o dedo voltou a se unir à pele. São célebres também as graças pelas conversões que ela conseguiu.

A fama de sua santidade se propagou ainda em vida entre os fiéis. Logo depois de sua morte, no dia 9 de março de 1463, passou a ser chamada de santa por todos, pelos prodígios e graças que logo ocorreram no local de sua sepultura. Tanto que, 18 dias depois, seu corpo foi exumado, para ser transladado, e então se constatou que ele estava incorrupto, maleável e exalando um doce perfume.

Desde então, ela não foi mais sepultada: foi colocada sentada em uma cadeira, na capela ao lado do altar-mor da igreja do Convento Corpus Domini, em Bolonha. E assim permanece até hoje, sem se deteriorar, apesar dos vários séculos transcorridos. O culto à Santa Catarina Vegri ou da Bolonha foi autorizado em 1712 pelo papa Clemente XI, e o dia de sua morte foi escolhido para sua veneração litúrgica.

Texto: Paulinas Internet