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Sábado, 04 de Maio de 2024
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Santo do dia 23 de março
Santa Rafka (Rebeca)
Religiosa (1832-1914)
Santa Rafka (Rebeca)
Rebeca Venturini / FC

No dia 20 de junho de 1832, na cidade de Himlaya, no Líbano, nasceu a menina Boutroussyeh, que em português significa Pedrinha. Quando se tornou religiosa, adotou o nome de Rafka, ou Rebeca, que era o nome de sua mãe, falecida quando ela tinha 7 anos.

Rebeca era filha única, e seu pai empobreceu muito após a morte da esposa. Aos 11 anos, ela foi servir uma família libanesa na Síria, voltando para casa apenas quatro anos depois, quando seu pai se casou novamente. Nessa ocasião, Pedrinha começou a ficar muito confusa e angustiada com o seu possível matrimônio e, uma tarde, foi à igreja rezar, para que Nossa Senhora a ajudasse a decidir qual caminho seguir. À noite, sonhou e ouviu uma voz que lhe dizia para entregar sua vida a Cristo. Decidiu, então, ser religiosa, saiu de casa, contrariando a família, e se apresentou à Congregação das Irmãs Filhas de Maria, em Bifkaya.

A congregação a acolheu como postulante em 1853. Rebeca, três anos depois, completava o noviciado pronunciando os votos e se formando professora. Foi enviada como missionária e professora aos povoados pobres, para catequizar e alfabetizar crianças e adultos carentes. Ela foi uma missionária dócil, caridosa, penitente, evangelizando sempre pelo exemplo e pela palavra.

Em 1871, a Congregação das Filhas de Maria, que era diocesana, passou por uma crise, o que acabaria por fechá-la. Rebeca, ouvindo novamente a voz que a guiava, foi ser noviça no Convento de São Simão, na cidade de Aitou, onde fez sua profissão de fé e dos votos em 1872, tomando o nome de Rafka. Assim, iniciou outra fase de sua vida, a serviço de Deus.

Posteriormente, Rafka começou a sentir dores terríveis na cabeça e nos olhos e, após exames médicos, foi submetida a várias cirurgias. Durante a última, o médico cometeu um erro, e ela ficou sem chance de cura. Rafka aceitou toda aquela lenta agonia com a certeza de que, desse modo, participava da Paixão de Jesus Cristo e do sofrimento da Virgem Maria.

Foram 26 anos de sofrimento na cidade de Aitou. Depois, com outras cinco religiosas, Rafka foi transferida para o novo convento dedicado a São José, em Grabta. Nesse período, ficou completamente cega e paralítica. Mesmo assim, se manteve feliz, porque podia usar as mãos para fazer meias e malhas de lã.

Rafka ainda vivia e a população já falava dela como santa. Depois de sua morte, em 23 de março de 1914, sua fama se difundiu por todo o Líbano, pela Europa e pela América. Os prodígios e os milagres foram se acumulando, e seu processo de canonização foi concluído em 2001, quando o papa João Paulo II a proclamou santa.

O seu corpo repousa na igreja do Mosteiro de São José, em Grabta, no Líbano. Santa Rafka, ou Rebeca, continua sendo reverenciada no dia 23 de março por devotos de todo o mundo.

Texto: Paulinas Internet