Para chegar à data padrão da comemoração da Ressurreição do Senhor, foram necessários muitos estudos. Um dos responsáveis para que a data não se confundisse com comemorações de outras religiões foi Teófilo, o bispo da Cesareia, na Palestina.
Essa informação nos foi transmitida por outro bispo da Cesareia, Eusébio, que relatou na sua “História Eclesiástica”, no século V, ter sido Teófilo um dos mais influentes e importantes representantes daquela diocese cristã oriental.
Nessa época, primeiros tempos do Cristianismo, eram muitas as Igrejas antigas da Ásia que ainda comemoravam a Páscoa como os judeus, que no primeiro dia da primeira lua cheia de março imolavam seus cordeiros, para os ofertarem a Deus. Contudo, para o Catolicismo, a Páscoa deveria marcar apenas o mistério da Ressurreição do Senhor.
Foi nesse ponto que o bispo Teófilo interferiu com toda sua força e autoridade, pois tinha sido contemporâneo dos primeiros apóstolos e deles recebera a indicação da data correta. Mantendo sua fidelidade ao papa Vitor I, organizou um sínodo na Palestina, com os mais respeitados bispos e clérigos, para abordarem a delicada e importante questão. Todos ouviram suas explicações, e sua posição foi aceita e oficializada em um documento chamado Carta Sinodal.
Em seguida, a carta foi enviada para todas as dioceses, especialmente as orientais, que ainda não cumpriam a determinação da Igreja de Roma. Essa atitude possibilitou a uniformidade da festa da Páscoa da Ressurreição em todo o mundo cristão, encerrando essa questão doutrinal, conforme a Igreja pretendia.
Concluímos que de fato sua intervenção foi grande e decisiva, pois, até os nossos dias, a Festa Pascal em nada foi alterada. Depois disso, Teófilo retornou à sua diocese, para continuar sua missão pastoral. Trabalhou com igual zelo junto aos ricos e aos pobres, mantendo firme autoridade contra os hereges da genuína doutrina de Cristo e total fidelidade à Igreja de Roma. A comunidade o amava mais como a um pai, amigo e conselheiro do que como a uma autoridade eclesiástica.
Por sua sabedoria, integridade de vida e contribuição à Igreja, sua festa litúrgica foi introduzida no Martirológio Romano no dia de sua morte, em 5 de março.
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