A antiga economia feudal, que durante séculos esteve nas mãos da nobreza, foi suplantada pela economia mercantilista – exercida pela burguesia –, baseada no comércio e na exploração de colônias.
Em meados do século XVII, a Inglaterra dominava o comércio mundial e o tráfego de mercadorias existente entre as colônias. Esse poderio econômico, aliado às grandes reservas de carvão encontradas em seu território, criou o ambiente favorável para a Revolução Industrial. Além disso, a burguesia iniciou um processo de ocupação das terras dos camponeses, que foi denominado “cercamento”, fato que gerou o êxodo rural e o acúmulo de mão de obra nas cidades. As terras, por sua vez, foram ocupadas por rebanhos de ovelhas, que forneciam lã para a recente indústria têxtil. Assim, o cenário econômico, antes predominantemente agrário, passou a ser urbano e industrial.
Esse processo beneficiou sobremaneira a Inglaterra, que tinha à sua disposição um imenso mercado externo, principalmente nas colônias da África e da América, para as quais poderia escoar sua produção. Como moeda de troca, recebia o ouro e as riquezas obtidas de seus “clientes”, entre eles Portugal, que explorava a colônia do Brasil.
O início dessas atividades industriais foi uma combinação de fatores econômicos, políticos e científicos. Assim, esse ambiente era complementado pelo desenvolvimento tecnológico que o mundo alcançava. Inventos e avanços – como a produção de ferro com carvão de coque, a máquina a vapor, a fiandeira mecânica e o tear mecânico – causaram uma revolução na produção de bens, e o advento da indústria deu-se com a mecanização e a automação dos antigos processos de manufatura.
No Brasil, a instalação das indústrias teve grande incentivo com a decadência da economia cafeeira. Com a queda do preço do café no mercado internacional, muitos cafeicultores faliram, e seus ex-empregados rumaram às cidades. Essa mão de obra excedente passou a ser utilizada nas indústrias que começavam a ser instaladas no Brasil, onde a antiga sociedade agrária começou também a ser substituída pela sociedade industrial.
Esse novo sistema econômico acabou por transformar as relações na sociedade, criando duas novas classes sociais: a dos empresários, ou capitalistas – proprietários do capital e dos meios de produção –, e a dos operários, cujas posses eram apenas sua força de trabalho, fornecida aos empresários em troca de remuneração. Esse sistema funciona praticamente do mesmo modo até hoje. Contudo, as relações trabalhistas têm mudado em função do bem-estar do proletariado. Jornadas de trabalho de oito horas, férias remuneradas, licença-maternidade, entre outras, foram conquistas dessa classe que é, verdadeiramente, a responsável pelo crescimento da economia.
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